Resumo O presente artigo visa apresentar as peculiaridades da interpretação de Giorgio Colli para o pensamento do eterno retorno, numa interpretação que não lhe imputa traço ético nem estético, e sim metafísico. Para tanto, trata-se de, em primeiro lugar, apresentar Parmênides como precursor do eterno retorno, invocando-se a circularidade do ser e da consciência; num segundo momento, trata-se de tomar o eterno retorno como um contato pré-racional, próprio do tempo que expressa a esfera da imediaticidade; num terceiro momento, evidencia-se a força do eterno retorno em sua carga contraditória e seu caráter agonístico. Ao final tem-se o eterno retorno, para Colli, como uma terceira verdade, com a qual Nietzsche pretendeu contrabalançar a verdade do vir-a-ser (primeira verdade) a suscitar a dor metafísica (segunda verdade).
Abstract The present article aims to present the peculiarities of Giorgio Colli´s interpretation of the eternal recurrence thought - an interpretation that do not ascribe to it nor an ethical nor an aesthetical feature, but a metaphysical one. For this purpose, first of all it presents Parmenides as a forerunner of the eternal recurrence, invoking circularity of Being and consciouness; secondly, it takes the eternal recurrence as a pre-rational contact, a contact from the order of time expressing the sphere of immediacity; thirdly and lastly, eternal recurrence´s power is emphasized in his contradictory burden and agonistic character. After all, the the eternal recurrence would be, for Colli, a third truth, with which Nietzsche intended to counterbalance the truth of becoming (first truth) that arouses a metaphysical sorrow (second truth).